Como tutores de pets, queremos garantir que eles estejam felizes e sem dor, não é mesmo? No entanto, também sabemos que muitas vezes não conseguimos ter esta certeza, uma vez que por não falarem, eles podem sofrer em silêncio sem que saibamos.
Saber identificar quando nossos amigos peludos estão com DOR, é fundamental para garantir mais qualidade de vida à eles, e quanto mais precoce for o diagnóstico da sua causa, maior a chance do sucesso terapêutico em tratá-la.
O que é a dor?
A dor é uma sensação física e emocional desagradável associada a um dano tecidual real ou potencial e que pode ser percebida de diferentes formas e intensidades, além de poder afetar diferentes partes do corpo, como músculos, articulações, órgãos e tecidos. Ela pode ser descrita como uma sensação de desconforto, mal-estar ou sofrimento que pode variar em intensidade e duração.
Sabemos que ninguém gosta de sentir dor, porém, ela se mostra necessária para a manutenção da homeostase do organismo, afinal, é através dela que o corpo é avisado sobre um possível dano e tem a possibilidade de combatê-lo.
Pode ser causada por diversos fatores, como lesões, inflamações, infecções, estresse, ansiedade e até mesmo por questões idiopáticas (sem causa definida).
E como saber se o meu pet está com dor?
Existem muitas formas de um animal manifestar dor, uma vez que além das peculiaridades de cada espécie (gatos por exemplo, dificilmente mancam), existe a individualidade e o limiar de dor de cada um.
No entanto, existem alguns sinais e alterações que eles podem manifestar em quando estão com dor, que facilitam a nossa percepção:
Alterações comportamentais
Seu pet pode ficar mais recluso, menos ativo e até mesmo agressivo se estiver com dor. Ele pode evitar contato físico ou não querer se mover.
Cães e gatos podem passar a vocalizar com uma maior frequência, fazer as necessidades em locais não usuais e recusar realizar atividades normais.
Alterações posturais
Seu pet pode apresentar uma postura mais arqueada ou curvada, andar com a cabeça ou com a cauda baixa e ficar mais rígido ao se locomover.
Quando o animal estiver em pé, pode apresentar uma “queda” no quadril e os dígitos podem ficar virados para baixo caso ele tenha uma lesão neurológica associada, como a hérnia de disco.
Mudanças na aparência
O semblante de um animal com dor muda, os olhos podem ficar arregalados e a respiração mais ofegante.
Cães e gatos podem perder massa muscular por desuso e apresentar tremores generalizados pelo corpo.
Gatos podem diminuir a auto higienização e ficar com o pelo mais opaco.
Dificuldades locomotoras
Seu pet pode apresentar claudicação (mancar) de algum membro ao caminhar ou correr.
Pode ter dificuldades em se levantar, sentar ou deitar e apresentar problemas de equilíbrio.
Cães podem passear mais devagar do que o usual ou parar muitas vezes para descansar.
Gatos evitam subir e escalar locais altos.
Mudanças na rotina
Seu pet pode perder o apetite ou ter dificuldade em comer.
Pode apresentar dificuldade em dormir ou não encontrar uma posição para ficar deitado.
Lembre-se que você conhece o seu pet melhor do que ninguém, por isso, qualquer alteração que seja diferente do seu normal, pode ser um sinal de dor.
Quais os tipos de dor que ele pode sentir?
Assim como nós, os animais também podem sentir diferentes tipos de dor de acordo com sua fisiologia e fisiopatologia.
As classificamos como aguda, crônica, inflamatória, neuropática e patológica.
Dor aguda
É uma dor de curto prazo, que geralmente ocorre como resultado de uma lesão ou ferimento.
Pode ser causada por várias condições, incluindo trauma físico, fraturas ósseas, queimaduras, infecções, entre outras.
A dor é descrita como penetrante, intensa e afiada, que pode ser localizada ou difusa, dependendo da causa.
Geralmente é de curta duração e pode desaparecer após a cura da lesão ou tratamento adequado.
O tratamento envolve medicamentos específicos para tratar a causa base, analgésicos e repouso.
Dor crônica
É uma dor persistente, que pode durar semanas, meses ou anos. Pode ser causada por uma variedade de condições, incluindo lesões agudas não solucionadas, doenças crônicas como artrite, neuropatias, entre outras.
A dor crônica é tipicamente descrita como uma dor constante, latejante, profunda, queimação, ou até mesmo como uma sensação de pressão ou aperto.
Tem um impacto significativo na qualidade de vida do indivíduo que a experimenta e seu tratamento geralmente envolve a combinação de medicamentos, reabilitação e, em alguns casos, cuidados emocionais.
Dor inflamatória
Dor que ocorre como resultado de uma resposta fisiológica do corpo a uma lesão ou infecção, que é caracterizada por rubor, inchaço, calor e dor local.
Pode ser descrita como uma dor profunda e persistente, que é acompanhada de sensação de calor e vermelhidão na área afetada. Ela pode ser causada por diversos tipos de lesões que desencadeiam uma resposta inflamatória.
Tende a ser solucionada rapidamente uma vez tratada a causa base e seu tratamento geralmente envolve medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.
Dor neuropática
Dor que é causada por danos no tecido nervoso.
Estes podem ser causados por uma variedade de condições, como amputações, cirurgias, ou lesões na medula espinhal.
A dor neuropática é descrita como uma dor lancinante, aguda, queimante, com a sensação semelhante ao formigamento ou choque elétrico. Ela pode ser constante ou esporádica e acompanhada de hipersensibilidade na área afetada, como aumento da sensibilidade ao toque ou à variação de temperaturas.
O tratamento geralmente envolve medicamentos que atuam nas vias nervosas sensitivas como antidepressivos e anticonvulsivantes.
Patológica
Esta dor é causada por uma doença grave e de difícil controle, como câncer, por exemplo. É tipicamente descrita como uma dor profunda e constante. O tratamento geralmente envolve medicamentos específicos para a doença subjacente, bem como associações de fármacos para o alívio da dor.
E como tratar?
Existem uma variedade de drogas que atuam bloqueando as vias sensitivas da dor, como analgésicos, antidepressivos e anticonvulsivantes, porém, independente do protocolo terapêutico escolhido, para o tratamenro ser eficaz e duradouro, ele também precisa ser multimodal, ou seja, abordar mais de uma modalidade com um objetivo em comum, trazer mais conforto, bem estar e qualidade de vida para o paciente!
Cada vez mais, a medicina veterinária integrativa tem se mostrado uma excelente alternativa aos tratamentos convencionais, principalmente em casos de dores crônicas e neuropaticas, nas quais a utilização somente da alopatia muitas vezes se mostra ineficaz.
As terapias integrativas e complementares, têm conseguido ótimos resultados unindo formas de tratamento para atuar no controle e prevenção da dor em animais de companhia, entre elas podemos citar:
Fisioterapia - Envolve uma variedade de técnicas manuais e a aplicação de equipamentos para sanar quadros de inflamação, contraturas, rigidez articular, edemas, entre outros. A laserterapia, a eletroterapia e a magnetoterapia são alguns exemplos de agentes físicos utilizados com a finalidade de reduzir processos dorolosos, melhorar a mobilidade e a recuperação de pacientes com dificuldade locomotora.
Acupuntura - Técnica da medicina tradicional chinesa que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, com um dos intuitos de estimular o sistema nervoso e reduzir a sensação da dor. Essa técnica milenar tem sido cada vez mais utilizada com resultados promissores no controle da dor crônica em animais.
Ozonioterapia - Terapia bio-oxidante que consiste na aplicação de uma mistura de oxigenio medicinal e do gás ozônio em diferentes formas vias (local e sistemica), para promover uma melhor oxigenação e funcionamento celular, e com isso, modular o organismo e reduzir quadros inflamatórios. A ozonioterapia tem sido utilizada com sucesso no tratamento de condições dolorosas em animais, como displasia de quadril e hérnia de disco.
Terapia Canabica - Utilização do composto CBD (canabidiol) extraído da planta Cannabis sativa em forma de óleo, com fins medicinais para o tratamento de inúmeras condições, como dores crônicas, convulsões de difícil resolução, pacientes paliativos, entre outros.
Conclusão
O tratamento multimodal, através da combinação de terapias convencionais com as integrativas e complementares, é a abordagem mais eficaz e segura para o tratamento da dor em pets.
No entanto, é importante lembrar que esta deve ser individualizada e adequada para cada caso, levando em consideração o histórico do paciente, doença de base, a gravidade e outras condições subjacentes.
A dor é um importante mecanismo que alerta o corpo sobre uma lesão ou doença, mas também pode ser debilitante e prejudicar a qualidade de vida de quem a sente, por isso, seu diagnóstico e tratamento precoce e adequado se mostra essencial!
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