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Hérnia de disco em pets: Entenda a doença, os sinais de alerta e as opções de tratamento

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    Um Limão Agência
  • há 4 dias
  • 5 min de leitura
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A Hérnia de Disco é uma das condições neurológicas e ortopédicas mais comuns e preocupantes em cães e, ocasionalmente, em gatos. Ela causa dor intensa e pode levar à paralisia, afetando drasticamente a qualidade de vida do pet.


Conhecida tecnicamente como Doença do Disco Intervertebral (DDIV), ela exige atenção e intervenção veterinária imediata.


Mas, o que significa quando um pet é acometido por DDIV?


A coluna vertebral é formada por vértebras, e entre cada vértebra existe um disco intervertebral, que funciona como um amortecedor. Esse disco possui um anel fibroso externo (mais rígido) e um núcleo pulposo interno (gelatinoso). A hérnia de disco acontece quando esse disco se desloca ou se rompe, afetando o canal vertebral onde se encontra a medula espinhal.


A compressão da medula espinhal ou dos nervos que saem dela é o que causa os sintomas, que variam de dor leve a paralisia completa.


Os 8 tipos de hérnia de disco em pets: Classificação de Hansen


A DDIV é classificada em diferentes tipos, sendo os exemplos 1 e 2 os principais da classificação:



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1. Hansen Tipo I - Extrusão Aguda Clássica

Aqui ocorre a ruptura súbita e completa do anel fibroso, com extrusão do núcleo pulposo gelatinoso (calcificado) para dentro do canal medular.


Geralmente apresenta um Início agudo (repentino), dor intensa e risco rápido de paralisia. Mais comum em raças condrodistróficas (Dachshund, Beagle, Shih Tzu).


2. Hansen Tipo II - Protrusão Crônica

Degeneração gradual do disco, com o anel fibroso se abaulando lentamente para o canal medular sem ruptura completa.


O que apresenta? Compressão lenta e progressiva, dor leve a moderada e fraqueza gradual. Mais comum em cães mais velhos de raças não condrodistróficas (Pastor Alemão, Labrador).



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3. Hansen Tipo III - Extrusão Traumática / Aguda Não Compressiva - ANCE

Este tipo é caracterizado pela extrusão de uma pequena quantidade de material discal gelatinoso normal (não degenerado) em alta velocidade, muitas vezes após trauma ou exercício intenso (salto, corrida brusca).


Aqui, estão presentes sinais neurológicos agudos (perda de coordenação ou fraqueza) que não progridem após as primeiras 24 horas. O material discal é reabsorvido, e a lesão é causada pelo impacto, não pela compressão contínua.



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4. Extrusão de Núcleo Pulposo Hidratado (HNPE)

Neste caso, há uma extrusão de material discal com alto teor de água (não calcificado). É uma extrusão aguda, mas de um disco ainda hidratado.


Ocorre mais frequentemente na coluna cervical e pode causar tetraparesia (fraqueza nos quatro membros). É um subtipo de extrusão que exige diagnóstico por ressonância magnética.



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5. Hérnia Traumática ou Extrusão por Trauma Direto

Aqui, há uma ruptura do disco e extrusão do material discal causada por um trauma direto e repentino na coluna vertebral (acidente de carro, queda alta).


Aparecem sintomas imediatos após o evento traumático, podendo ocorrer em qualquer raça.


6. Extrusão com Hemorragia Epidural:

Uma extrusão de disco (geralmente Hansen Tipo I) que vem acompanhada por um sangramento significativo (hemorragia) no espaço epidural (ao redor da medula).


A compressão e o dano medular são causados tanto pelo material discal quanto pelo acúmulo de sangue.


7. Hérnia Intradural/Intramedular

Esta é uma forma rara e muito grave na qual o material do disco não apenas sai do seu lugar, mas penetra as membranas da medula (dura-máter), ficando dentro do canal medular ou, em casos raros, dentro da própria medula.


Causa dor intensa, paralisia severa e alto risco de perda de funções neurológicas. Exige intervenção neurocirúrgica especializada.


8. Mielopatia Embólica Fibrocartilaginosa (MEFC)

Embora tecnicamente não seja uma "hérnia" (extrusão), é uma doença discal aguda que causa mielopatia (doença da medula). Fragmentos de cartilagem do disco entram na corrente sanguínea e bloqueiam pequenos vasos da medula espinhal.


Apresenta um início agudo e repentino de paralisia, geralmente não dolorosa e que pode afetar apenas um lado do corpo. É mais comum em Labradores e Schnauzers. O diagnóstico é complexo e a confirmação é geralmente post-mortem, mas é tratada como uma emergência neurológica.


Principais sinais de alerta: Quando procurar um especialista

Os sintomas variam de acordo com a gravidade da compressão e o local da hérnia na coluna vertebral, e podem ser: 


  • Dor Súbita e Intensa

O pet pode gemer, chorar ou gritar ao ser levantado ou tocado, e fica relutante em se mover.


  • Postura Anormal

Cães com hérnia cervical (pescoço) podem manter a cabeça baixa e rígida. Cães com hérnia lombar (costas) ficam com o dorso arqueado.


  • Dificuldade de Locomoção

Claudicação (mancar), fraqueza nas patas traseiras ou arrastar das patas (marcha cambaleante).


  • Perda de Controle Urinário/Fecal

Nos casos mais graves, a compressão medular afeta os nervos responsáveis pelo controle da bexiga e do intestino.


  • Paralisia

Perda total de movimento das patas (paraplegia), sendo uma emergência veterinária que exige avaliação imediata.


Raças mais predispostas à Hérnia de Disco


A Doença do Disco Intervertebral manifesta-se de diversas formas, sendo a predisposição racial um fator crucial para a classificação e o prognóstico. O tipo mais conhecido é a Hansen Tipo I (Extrusão Aguda Clássica), que ocorre em cães de raças condrodistróficas, aquelas com pernas curtas e corpo alongado.

Nelas, o núcleo do disco degenera precocemente, levando à ruptura súbita e intensa. As raças mais atingidas incluem o Dachshund (Cofap), Shih Tzu, Lhasa Apso, Beagle, Poodle Miniatura, Corgi e Basset Hound.

Em contrapartida, a Hansen Tipo II (Protrusão Crônica) é mais comum em cães não condrodistróficos e idosos, como o Pastor Alemão, Labrador Retriever, Golden Retriever, Doberman Pinscher e Boxers. Nesses casos, a compressão é lenta e progressiva, resultando em fraqueza gradual. Já a Hansen Tipo III (Extrusão Aguda Não Compressiva – ANCE), que causa lesão por impacto e não por compressão duradoura, geralmente afeta cães ativos de pequeno e médio porte, como Beagles e Terriers, após um movimento brusco.

Outras formas de evento discal incluem a Extrusão de Núcleo Pulposo Hidratado (HNPE), frequentemente diagnosticada em raças pequenas como Shih Tzu e Poodle Toy, e a Hérnia Traumática, que, como o nome sugere, não tem predileção racial, estando ligada a acidentes e traumas externos.

Por fim, a Mielopatia Embólica Fibrocartilaginosa (MEFC), que bloqueia a irrigação sanguínea da medula por fragmentos de disco, é vista com maior frequência em raças ativas de grande porte, como Labrador Retriever e Rottweiler, mas também em Schnauzers Miniatura. Essa distinção racial é vital para que o tutor e o veterinário possam adotar medidas preventivas e diagnosticar a condição corretamente.


Opções de Tratamento: Conservador vs. Cirúrgico


O tratamento da DDIV é definido pela gravidade dos sinais clínicos, que é medida por uma escala neurológica (Grau I a V):

Tratamento Conservador (Não Cirúrgico):

Indicado para pets com dor leve a moderada e que ainda conseguem andar (Graus I e II). Envolve repouso estrito em gaiola por semanas, uso de anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares. A Fisioterapia e a Acupuntura são cruciais nesta fase para o manejo da dor, redução da inflamação e prevenção da perda de massa muscular.

Tratamento Cirúrgico

Indicado para pets que não respondem ao tratamento conservador, que têm dor intensa ou que apresentam paralisia e perda de sensibilidade profunda (Graus IV e V). A cirurgia visa descompressão da medula espinhal, removendo o material discal herniado.


O Papel da Fisioterapia e Acupuntura na Recuperação



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Seja após a cirurgia ou no tratamento conservador, a reabilitação é indispensável para o sucesso a longo prazo. 


  • Acupuntura

Essencial para o manejo da dor e da inflamação, estimula a função nervosa e ajuda a desinflamar a medula espinhal. É vital para restaurar a sensibilidade e a força. 

  • Fisioterapia

Ajuda a recuperar a força e a coordenação perdidas. Técnicas como a Hidroesteira (exercício na água) permitem que os nossos AUmigos se exercitem sem impacto, recuperando a marcha e a massa muscular, principalmente nas patas traseiras.

  • Eletroterapia

Usada para manter o tônus muscular em patas paralisadas.


Agende uma consulta!


Se você tem um pet de raça predisposta, controle o peso dele e evite movimentos de alto impacto (como pular de sofás e escadas). Se notar qualquer sinal de dor na coluna ou dificuldade de andar, a agilidade é sua maior aliada.

A hérnia de disco é uma emergência! Não adie a avaliação. Agende agora uma consulta com uma de nossas especialistas em Ortopedia e Neurologia, na Pet Integra Alphaville, para garantir o tratamento imediato e a melhor qualidade de vida para seu companheiro.



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