Uma das doenças ortopédicas mais comuns em cães é a Ruptura do Ligamento Cruzado cranial (RlCCr), que causa instabilidade da articulação do joelho e impossibilita que o pet consiga apoiar a sua pata no solo.
Apesar de mais frequentemente reportada em cães de porte médio a gigante, esta afecção locomotora pode acometer também aqueles de portes pequenos e gatos em idade jovem e adulta.
Em casos de rupturas de estruturas ligamentares, o tratamento indicado é o cirúrgico e a fisioterapia pode ser indicada antes da intervenção para um preparo muscular e articular prévio, ou em uma segunda fase do tratamento no período pós-operatório, visando acelerar a recuperação da função do membro.
Nos pacientes que devido à limitações de saúde não estão aptos a realizar a correção cirúrgica, a fisioterapia entra como parte do tratamento conservativo somado ao uso de medicamentos e nutracêuticos, com o intuito de melhorar a condição da articulação acometida e das estruturas envolvidas em sua sustentação, além de controlar o processo inflamatório e degenerativo local.
Em todos os casos, a reabilitação veterinária se mostra essencial para que o paciente recupere a função locomotora da melhor forma possível, se mantenha sem dores e retorne às suas atividades mais rapidamente.
A fisioterapia veterinária se mostra importante também na prevenção da RlCCr do joelho contralateral, através da utilização de equipamentos com ação bio moduladoras, como a laserterapia e a magnetoterapia, além de exercícios específicos para o fortalecimento articular e da musculatura envolvida em sua estabilização.
Porque ele é tão importante?
Antes de mais nada, é importante saber que os ligamentos são estruturas fibrosas resistentes e pouco elásticas, compostos por tecido conjuntivo e colágeno, e que conectam os ossos entre si promovendo estabilidade às articulações, além de servir como um “guia” para o movimento articular.
Ao analisarmos a articulação do joelho, nos deparamos com diversas estruturas que de maneira complexa, se somam para promover o funcionamento perfeito do movimento. O ligamento cruzado cranial, é a principal delas, uma vez que além de limitar os movimentos de rotação, impede os deslocamentos cranial e medial da tíbia em relação ao fêmur.
Como ocorre?
A ruptura do ligamento pode ser total ou parcial, e seu principal sintoma é a impotência funcional do membro acometido, ocasionada pela insuficiência do ligamento em estabilizar a articulação do joelho, acompanhada de um processo inflamatório local.
Ela pode ocorrer de forma aguda, devido a um trauma ou uma queda, por exemplo, ou de forma crônica, relacionado à sobrecarga e desgaste articular que ocorre com o processo natural do envelhecimento, fatores metabólicos, nutricionais e ambientais.
Quando não tratada, a RLCCr gera outras complicações como meniscopatias, perda progressiva de massa muscular, avanço precoce da doença articular degenerativa e sobrecarga das articulações contralaterais.
Quais raças são mais acometidas?
Apenas da RlCCr ocorrer em cães de todas as raças e idades, além de gatos, ela costuma acometer com mais frequências cães das raças: American Bully, PitBull, Staffordshire, Chow Chow, Rottweiler, Labrador e Golden.
Como o sobrepeso e a degenerativa articular também são fatores importantes no surgimento da doença, cães obesos e sedentários têm maior predisposição em desenvolvê-la.
O diagnóstico
Geralmente, o animal que rompe o ligamento cruzado cranial apresenta uma claudicação (mancar) bem característica, apoiando em “pinça” o membro do solo, uma vez que a insuficiência do ligamento causa uma instabilidade muito grande da articulação do joelho.
O diagnóstico é realizado pelo veterinário ortopedista através do exame ortopédico, mais especificamente com a palpação da articulação do joelho e dois testes: o de gaveta e a compressão tibial, ambos para testar a integridade e a função do ligamento sob a ação de forças na articulação.
Exames de imagem como Radiografia e Ultrassom intra-articular normalmente são realizados para confirmar o diagnóstico, avaliar a gravidade da lesão e auxiliar no planejamento cirúrgico. Em alguns casos, a ressonância magnética e a artroscopia também podem ser solicitadas como exames complementares.
O tratamento
A correção cirúrgica é o padrão ouro no tratamento da ruptura do ligamento cruzado cranial em cães. Existem diversas técnicas cirúrgicas que podem ser realizadas, porém, a mais utilizada atualmente com uma excelente taxa de sucesso terapêutico, é a técnica de osteotomia e nivelamento do platô tibial, conhecida como TPLO.
Através da TPLO, é possível diminuir a inclinação do platô tibial do joelho do paciente, obtendo desta forma, uma maior estabilidade durante o apoio pela da restrição ativa da articulação, além de uma menor ação dos vetores de força sobre ela.
O pós-operatório tanto da TPLO quanto de outras técnicas corretivas da RLCCr, se mostra tão importante quanto o procedimento em si para a recuperação completa do paciente, por isso, é recomendado que o mesmo inicie o quanto antes sua reabilitação ortopédica através da fisioterapia, geralmente a partir do quinto dia após a realização do procedimento cirúrgico.
A fisioterapia atua no manejo da dor e da inflamação local, evitando a formação de edemas, aderências, fibroses e contraturas musculares.
Também atua acelerando a consolidação óssea e o retorno precoce da função locomotora do membro acometido, através do ganho de força, amplitude e mobilidade dos movimentos articulares e confiança!
Os protocolos de fisioterapia são estabelecidos pelo médico veterinário fisiatra responsável, de forma individualizada e de acordo com a necessidade de cada paciente, podendo incluir:
Agentes físicos - laserterapia, campo magnético, eletroterapia, ultrassom, infrassom e fototerapia;
Cinesioterapia - exercícios passivos e ativos, assistidos, resistidos e isométricos;
Terapias manuais - massoterapia, mobilizações articulares e liberação miofascial;
Hidroterapia - Esteira aquática e natação;
É possível evitar?
Com alguns cuidados no manejo do seu pet, é possível diminuir os riscos dele sofrer com a ruptura de ligamento cruzado cranial, são eles:
Manter o peso em dia;
Manter a musculatura forte;
Manter uma rotina de visitas frequentes ao médico veterinário;
Não exagerar nos exercícios de impacto.
Evitar lisos lisos e subidas de escada;
Restringir acesso a sofás e camas
Utilizar nutracêuticos com ação anti-inflamatória e antioxidante;
É importante ressaltar que cerca de 50% dos animais que apresentam RLCCr em um membro, apresentarão a mesma afecção no membro contralateral em um futuro próximo, por isso, a fisioterapia veterinária é uma importante ferramenta também na prevenção a novas lesões.
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